terça-feira, 26 de abril de 2016

A árvore






Tanta coisa se pode falar da árvore. Da sua importância capital para preservação  do meio ambiente à exaltação da sua beleza na diversidade que se apresenta. E não é só isso.  A árvore está presente em poemas , na música, nas pinturas, fotos, filmes e documentários. Árvores seculares e gigantescas encantam da mesma forma que árvores bonsai de diversas espécies. Árvores exóticas , árvores fortes, frutíferas, e árvores  de flores frágeis como as das cerejeiras e ipês  que uma vez por ano e por pouco tempo nos fornecem um espetáculo de cores. 

Alguns acreditam que quando tocamos ou abraçamos uma árvore há uma troca de energia capaz de nos fortalecer espiritualmente. Não sei se isto é verdade, mas a árvore tem um simbolismo forte na minha vida. Algo intimista mesmo. E  meu olhar interno é para a árvore que me ensina a viver . Explico melhor: em todos os lugares que morei ( inclusive onde moro hoje) sempre tive a oportunidade de abrir a janela do meu quarto e contemplar uma árvore. Grande ou pequena , no inverno ou no verão, solitária ou em grupo observava  seus ciclos, o enfrentamento de todas as oscilações climáticas e  ações humanas, crescendo, sobrevivendo ,envelhecendo ou morrendo.As respostas são naturais e não há como negar sua essência.

 Fico pensando que somos desde pequenos doutrinados na direção contrária à nossa natureza. Temos que nos comportar de acordo com as condições sociais e nossos ciclos não são respeitados. Temos que agir artificialmente e assim nos tornamos quando seguimos os padrões sem contestar. Por que precisamos formar uma floresta de árvores que devem esconder seu florescimento, fingir que não há tempo de recolhimento, ignorar a beleza do desapego das folhas secas, tentar neutralizar os abalos das tempestades e  o pior não reconhecer a diversidade como algo maravilhoso e divino? Não há sentido para mim. As árvores me ensinam que devo revelar  aquilo que sou em qualquer tempo ou lugar independente do que possa acontecer. 






Telas de Van Gogh 










"Árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo nosso vazio."  ( Kahlil Gibran) 








Velhas Árvores  ( Olavo Bilac)

Olha estas velhas árvores, mais belas 
Do que as árvores novas, mais amigas: 
Tanto mais belas quanto mais antigas, 
Vencedoras da idade e das procelas... 

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas 
Vivem, livres de fomes e fadigas; 
E em seus galhos abrigam-se as cantigas 
E os amores das aves tagarelas. 

Não choremos, amigo, a mocidade! 
Envelheçamos rindo! envelheçamos 
Como as árvores fortes envelhecem: 

Na glória da alegria e da bondade, 
Agasalhando os pássaros nos ramos, 
Dando sombra e consolo aos que padecem! 



Um comentário:

  1. Não há luxo que supere a sombra de uma árvore num dia de calor. Concordo plenamente com o Olavo, sombra e consolo é o que quer quem precisa de descanso.

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