quinta-feira, 21 de julho de 2016

@frodite.com



@frodite.com



@frodite.com  fala da trajetória de uma mulher madura que encontra na internet a ponte para muitas experiências de vida.
Extraídas de um mundo virtual as histórias se tornam reais e transportam Lara, sua personagem central, para um mundo mágico, onde ela deixa aflorar o potencial da mitológica Deusa da beleza, do sexo e do amor.
@frodite.com retrata também as diversas formas de amor e suas fases, contrastando relatos de dor e de humor, de relacionamentos efêmeros e profundos.




"Eu bebia os fragmentos da vida com a sede dos desertos. Por isso tudo era tão intenso, irresistivelmente tocante. Eu podia ainda senti-lo nos meus braços, mas não estava mais a sua espera. Assim era meu destino. A volúpia de tudo num momento. A aridez do nada logo em seguida..." (@frodite.com)









Queda







Este poema faz parte  do  meu livro @frodite.com  no capítulo  A Paixão, O  Amor  e O  Abismo






Queda

A tarde começou a cair de mansinho
O vento varria folhas caídas
Silêncio...
Uma lágrima caiu de repente
Vazio...
Senti meu coração cair aos pedaços
Noite...
Olhei a estrela cadente
Esperança?
Meu corpo caiu na cama desfeita
























segunda-feira, 11 de julho de 2016

"Café da Ciça" e a ausência da Sandra





Em setembro vai fazer um ano que ela não está entre nossas risadas, reflexões, discussões políticas , brincadeiras e confissões e sem falar na  degustação de diversos sabores que a cada encontro nos proporcionam um gosto de quero mais. Ela fazia parte do Café da Ciça.
O café da Ciça ou Cimeira do Café da Ciça ( muito chique estas meninas! eu não sabia que  cimeira  significa encontro, termo muito empregado em Portugal) surgiu para mim em um momento que me sentia muito sozinha e procurei uma das integrantes, aliás, a Ciça, que levou a fama do café. Fomos colegas de trabalho no Banco do Brasil e é claro, fomos separadas pelas circunstancias da vida,mas sempre mantivemos acesa a chama da amizade.
Bem, nesta época  atendendo meu pedido de socorro ela me falou que algumas colegas estavam animadas com uma reunião mensal que ela fazia em sua casa ( a maior parte das integrantes  havia trabalhado no Banco e aderido ao plano de Demissão Voluntária) e assim também comecei a participar.
Lembro-me que a primeira vez que deixei sua casa depois do encontro, carreguei uma alegria infantil indescritível porque fazia muito tempo que eu não ria de modo a dar dor na barriga. 
Lá encontrei algumas colegas que tive o prazer de trabalhar, outras que faziam parte do grupo mesmo com outras atividades profissionais e outra que nem conhecia bem, mas que fazia parte da minha árvore genealógica. Integrante do grupo também a filha da Ciça, uma garota adorável regulando em idade com meus filhos que além de ser muito inteligente e educada também possui uma doçura e maturidade rara , qualidades estas que lhe dão  condições de suportar  a falação e maluquice das amigas da mãe. 
E revi a Sandra, uma pessoa única no estilo de vida e personalidade. 
Quando trabalhamos juntas eu era a mais nova do grupo e ela imediatamente assumiu a postura de irmã mais velha, tomando conta das minhas investidas sentimentais, verificando se os pretendentes eram bons o bastante. Em uma viagem de férias no litoral paulista ela se tornou a minha consciência e eu não conseguia fazer nada transgressor já imaginando a cara de reprovação da Sandra. Ela espiculava tudo, palavras como Quem, Onde, Quando e Por Que estavam sempre presentes nas suas incansáveis perguntas e talvez por isso ela sabia de tudo. Era vaidosa, tinha um ar inglês com os cabelos ruivos, o porte grande e sardas, e os seus lábios estavam sempre coloridos. Tinha uma voz e uma risada daquelas  pessoas que nos passam confiança:  forte, poderosa, sem máscaras.
Ela morou na Inglaterra um tempo e seus caminhos foram percorridos com fé numa religião que adotou como prioridade. Ela foi muito amada por todos seus irmãos cristãos. Também havia uma outra característica marcante no seu jeito de ser- ela que brigou anos com a balança- tinha também aquele orgulho de se controlar numa mesa cheia de "gordices".  E estava sempre falando da eficácia de algum produto natural ou alguma dieta fantástica.  
Caso soubéssemos que ela partiria tão cedo talvez incentivássemos a não se privar tanto. Eu digo talvez  porque eu nunca precisei fazer dieta -por fatores genéticos sempre fui muito magra -e sinceramente eu não sei o que a deixaria mais feliz , se afundar o "pé na Jaca" ou resistir. 
De qualquer forma sentimos sua falta  e em todas as reuniões sua memória como pessoa única e amiga admirável continua a fazer parte dos nossos encontros do Café da Ciça.

"Naquela mesa tá faltando ela  e a saudade dela tá doendo em nós"







quarta-feira, 6 de julho de 2016

Sons e Silêncio da "Casa do Piano"







Aquela era a "casa do piano" Seu som era ouvido à distância, sempre...
Nos dias de sol atraia os passarinhos para as suas janelas. Nas noites chuvosas era um amigo consolador.
Ninguém questionava se os sons eram vibrantes, ternos ou enigmáticos. O maior significado era a existência da música. Tudo era rodeado de tons.
O tempo passou . Muitas coisas mudaram. Algumas pessoas se foram e outras chegaram.
O piano também foi submetido às mudanças. Não ocupava mais o lugar de destaque da casa. Ficava encostado em algum canto para não atrapalhar a passagem das pessoas ou a decoração mais moderna dos ambientes. De vez em quando surgia um som desafinado ou desarmônico provocado por crianças curiosas que afundavam seus dedos no teclado.
A casa se transformou na " casa do silêncio"
Ninguém questionava se o silêncio era para o repouso. monótono ou opressor. O maior significado era a inexistência de rumores. Tudo era cercado do nada.
O tempo vai passar. Algumas pessoas vão partir e outras vão chegar e novamente muitas coisas podem mudar...